Duas pesquisas recentes acrescentam novos dados
- desta vez sobre os prejuízos materiais que eles acarretam
- a respeito dos acidentes de trânsito, que há muito se transformaram numa verdadeira tragédia para o País. Seus números impressionantes não deixam dúvidas sobre a necessidade urgente de providências capazes de mudar essa situação intolerável.
Segundo um desses trabalhos - “Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras” -, feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), os prejuízos com acidentes nas 39 cidades da Grande São Paulo são em média de R$ 1,4 bilhão por ano.
São gastos referentes a resgate de vítimas, hospitais, tratamentos, seqüelas, perda de produtividade, atendimentos policiais, danos a equipamentos urbanos e congestionamentos.
O outro trabalho, feito pelo Ipea e o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), mostra que só os acidentes nas estradas de todo o País, entre julho de 2004 e junho de 2005, causaram prejuízos de R$ 24,6 bilhões.
O número de acidentes caiu de 112.457 em 2004 para 109.745 em 2005, mas o de mortos subiu de 10.192 para 10.422. E o de feridos caiu de 87.722 para 84.813. Apurou-se também que o custo médio de atendimento de um paciente internado por causa de acidente de trânsito é de R$ 92.314, com UTI, material clínico e hospitalar e médicos.
A maior parte dessas despesas é paga pelo governo federal por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Para se ter uma idéia ainda mais precisa do problema, acrescente-se que o número total de mortes no trânsito, nas ruas e estradas, é de 34 mil por ano, o que dá ao Brasil o triste título de campeão mundial desse tipo de acidente.
Tem razão o presidente da Associação de Monitoramento e Controle de Tráfego, Silvio Médici, quando afirma que “o nosso trânsito se transformou numa matança indiscriminada” e que é inaceitável um país com a carência de recursos do nosso ter perdas “astronômicas” com acidentes. O que se deve fazer é bem sabido, e há muito tempo - estrita aplicação das normas do Código de Trânsito, o que exige fiscalização mais eficiente, melhoria do sistema viário e uma vasta campanha de educação da população. Só falta fazer.